Mostrando postagens com marcador fique. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador fique. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O tom de um reencontro

"Como estou feliz nesse momento. O modo como a luz está iluminando o seu rosto. Tem uma brisa entrando pela janela. Não importa se vou ter dez mil momentos iguais a este ou só este mesmo, porque não tem diferença. É só isso. Este momento presente. E ele é meu."  - Love & other drugs


Eu prefiro a hidro quente, você fria. Gosto de dormir de conchinha cheirando seu pescoço, você gosta de deitar de bruços. O ar condicionado ataca minha renite, mas você morre de calor. É inexplicável o que nos une. Desejo somente que nossas vontades se toquem e deem as mãos por longos anos e que possamos construir nosso elo da forma que acharmos conveniente: em cima de lençóis brancos e limpos, atrás de mesas de café ou novamente em poltronas de cinema [...]

quinta-feira, 1 de março de 2012

Déjà vu

"Desde que cheguei em casa, meu corpo está uma bagunça e eu sinto falta dos seus cabelos negros e da maneira com a qual você gosta de se vestir"  Amy Winehouse - 

Nos beijos tórridos, sinto o gosto da vertigem torta e o gosto da sua saliva. Em meio aos lençóis brancos, ouço sussurros quebrados ao meu ouvido. Uma, duas, três taças de prosecco. 
Gosto do seu cheiro e também dos engarrafados em frascos importados de 100 ml, mas não, não é desses que me refiro. Definitivamente. É o cheiro da sua nuca, aquele que sinto enquanto te beijo, enquanto estou com a língua colada no seu pescoço, enquanto estou com os olhos hipnotizado por suas sardas. Gosto do cheiro do seu suor e do cheiro de todas as suas partes  [...]

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

"A gaveta da alegria já está cheia de ficar vazia"


Foi como Alice caindo no buraco do coelho... 

...sorri para mim com os olhos, esses, brilham como faróis a noite. Arqueia a sobrancelha e me ganha nas palavras. Há algo no jeito como se move, do mesmo modo que a canção dos Beatles. Me traga como a ressaca de Assis no romance de Capitu e Bentinho. Me traga enquanto escutamos Radio Head, Placebo, enquanto traga o seu cigarro... me traga sempre esse conforto e admiração! [...]

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O peso do 'até um dia' - Parte 5

"Saudade a gente tem é dos pedaços de nós que ficam pelo caminho." - Martha Medeiros
Te olho...
Te olho dormir pela madrugado, quase imóvel, como um anjo. Ensaio um beijo no ombro ou um carinho nos cabelos. E se eu te acordar? Melhor observar quieto, no meu canto, do meu lado da cama. Ah, mas estamos descobertos, e estou com frio. Por aí na sua cidade faz um frio de madrugada, que o paulista aqui, não entende como o ventilador ainda continua ligado. Me aproximo mais um pouco das costas, nos cubro com o lençol até o pescoço. Por mais que seja dezembro, mesmo assim sento frio na sua cidade. Entrelaço minhas pernas nas suas e gosto quando você ajeita as suas para eu encaixar as minhas.
Quero ficar perto, quero o cafona 'dormir de conchinha'... mas eu preciso de ar para dormir, e depois de algumas tentativas frustradas eu resolvo sair de cima da sua nuca e respirar ar de verdade me afastando um pouco, deixando somente minhas pernas em contato com as suas e minhas mãos exploradoras, tateando seu corpo, mais tarde nem isso... me desculpe, mas preciso me virar e dormir, esse momento é só meu, então, deito do meu lado da cama, solto, livre e só.
Te olho acordar com cara de criança, fazendo biquinho e com os olhos pequenos, ouço você e o chuveiro no banheiro e apareço de surpresa. Vejo pelo seu sorriso discreto que fiz a coisa certa. Me ensina metodicamente como deixar o sabonete na saboneteira:
-Bota assim guri (e me explica colocando-o de forma inclinada, deixando livre o furo da saboneteira para escoar a água).
-Senão ele vira aquela pasta, fica todo mole... certo.
-Isso mesmo guri, tu aprende rápido as coisas.
Enquanto nos secávamos, ligou o secador e secou seu corpo e o cabelo. Eu nunca tinha visto alguém, após se secar com a toalha, ligar o secador para finalizar a secagem. Achei meio burguesa a atitude, mas sorri.
Te olho se trocando, vestindo sua bermuda xadrez, seu tênis preto e sua camiseta rosa, aquela que eu te disse que adoro, aquela que está vestido na foto que eu mais gosto e disse pra ti sem vergonha alguma. Acho que escolhê-la foi proposital, para me deixar ainda mais louco de desejo e vontade de te agarrar, te segurar pelos braços e te despir.
Te olho passando protetor solar fator cinquenta  e spray de fixação no cabelo.

Te admiro...
Te admiro pelas suas boas intenções e confiança. Obrigado por ter confiado em nós. Te admiro pelos sorrisos verdadeiros que me causaram tantas vezes, indescritíveis sensações de bem estar e poder: Bem estar por estar ao seu lado, por ter realizado esse meu antigo sonho, sempre guardado, nunca esquecido; Poder porque eu tenho a certeza que todos olham para você na rua, na academia, no shopping, na praia... mas quem te tem nos braços a noite ou a qualquer hora do dia, sou eu.
Te admiro por abrir as suas portas para mim. Por fazer com que eu me sinta em minha própria casa. Te admiro pela sua dedicação com a sua família -ouvir você tratando sua mãe bem pelo telefone, conversando com a sua irmã, tão prestativo e educado, assim fica impossível não te admirar.
Tomei rápido o meu iogurte e saímos. Disse pra mim que não conseguia se alimentar de manhã, então comeria algo durante a manhã, talvez depois de meia hora.
Caminhamos durante meia hora, atravessamos o rio com a balsa da cidade, admirei o porto com centenas de containers. Comeu um salgado e um suco de laranja, tomei um refrigerante. O ônibus demorou uma hora até a cidade escolhida.

(...)
Antes disso: O peso do 'até um dia' - Parte 1O peso do 'até um dia' - Parte 2O peso do 'até um dia' - Parte 3O peso do 'até um dia' - Parte 4
Depois disso: O peso do 'até um dia' - Parte 6, O peso do 'até um dia' - Parte 7, O peso do 'até um dia' - Final

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O peso do 'até um dia' - Parte 1


"Nunca diga adeus, porque dizer adeus significa ir embora e ir embora significa esquecer." Peter Pan


A última vez que dormi com você foi a mais dolorosa dos meus vinte e poucos anos. Não por algo que fez ou disse, sempre foi tudo tão perfeito, até nas suas imperfeições eu te admiro. Nosso breve momento foi inesquecível e mágico. Doeu porque eu sabia que não dormiria com você na noite seguinte, nem te olharia acordar e correr para o banheiro só de toalha, não seguraria suas mãos pela madrugada e nem me encaixaria, sob seus lençóis, em você no friozinho da madrugada aí da sua cidade. Doeu por eu saber que não estaria com você pelos próximos dias, semanas, talvez meses ou anos.

Então, na nossa última noite, tratei logo de me encostar o mais próximo possível das suas costas, entrelacei minhas pernas morenas às tuas brancas, cheirei sua nuca, brinquei com os seus cabelos, beijei e lambi tuas costas para não esquecer seu gosto, olhei suas costas brancas sardentas, que tanto amo, como um menino que observa as estrelas. Queria te gravar nas minhas lembranças, com uma riqueza de detalhes é claro. O peso da despedida chegava até mim e desbotava meus olhos castanhos. Chorei de um modo silencioso, para não interromper seu sono e nem minha despedida.

Eu precisava voltar para minha cidade e você continuaria na sua, a 600 km de distância. É desse peso que me refiro, é dessa merda de palavra chamada distância. Não posso pegar meu carro e ir até sua casa, com lasanha, wafer amandita e vinho tinto, como fiz na sexta-feira.
Essa dor sufoca, dói o peito, paralisa a vida. Essa dor sopra baixinho no pé do ouvido do meu coração: 'É provável que se vejam mais duas ou três vezes no próximo ano." E isso me rasga o peito e me faz querer dormir (minha breve fuga da realidade).

Consigo lembrar do livro que te entreguei com a minha dedicatória boba, lembro dos seus filmes expostos na sua estante, da disposição das suas roupas penduradas nos cabides do seu armário, das suas meias e roupas íntimas na gaveta... essas lembranças não doem.
Consigo lembrar dos nossos banhos juntos, lembro de você comendo sushi e eu registrando com a câmera do celular, a pizza e cama meia-eu-meia-você, dos nossos corpos nus deitados ou de pé no quarto, do sabor das suas partes e saliva, dos seus olhos azuis e cabelos pretos, do seu lindo sorriso... essas são as lembranças que doem, que escorrem pelos olhos e  que me deixam em stand by, sem conseguir seguir sem você.

-Cheguei em São Paulo. Obrigado mais uma vez por tudo. Estava tudo ótimo.
-Chegou rápido. No horário, na real. Imagina! Que bom que gostou. Pena eu estar com essa gripe insuportável.
-Foi ótimo, relaxa. Superou todas as minhas expectativas.

...
...
...

Escrevi com tinta guache no futuro: 'Até um dia'.
(...)
Depois disso: O peso do até um dia - Parte 2, O peso do 'até um dia' - Parte 3, O peso do 'até um dia' - Parte 4, O peso do até 'até um dia' - Parte 5, O peso do 'até um dia' - Parte 6, O peso do 'até um dia' - Parte 7, O peso do 'até um dia' - Final