quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Me ame menos, mas me ame por mais tempo.


A poeira já está depositada em cima da TV e você ainda não apareceu. A alegria, o entusiasmo e a sensação de ter novamente 20 anos também não. O café já está pronto, na mesa até observo a fumaça saindo pela xícara branca de porcelana, sentado sozinho, apenas com tuas fotos, sem seus sorrisos ou seus olhos.
Lembra quando dizíamos que seria eterno? Nossas promessas... nossa cumplicidade. Todas elas, hoje jogadas em algum baú, e tenho medo de olhar o tempo que estamos esperando para abri-lo.
O caminho ainda é o mesmo, o vai e vem frenético dos automóveis, as buzinas estressantes e até a chuva, nada mudou. Para te falar a verdade o sol mudou. Continua amarelo-alaranjado, quente, redondo e acolhedor, situado no mesmo cantinho escuro. A forma como ele me toca mudou. Continuo com frio, acho que o que realmente me aquecia eram seus olhos. Continuo entorpecido. Passam-se os dias, arrastam-se... tudo é cinza e nublado e ainda preciso encontrar forças para colocar no lugar o que ficou bagunçado.
Às vezes nossos olhares se encontram, sinto vontade de sorrir, seus olhos me dizem que você também, então por que esse abismo?!