segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Era azul


Que sabor é esse quem vem me procurar de madrugada?
Que vontade é essa de ouvir sua voz, que me busca até nos meus sonhos?
Me faz querer você, me faz querer te ter só pra mim.
Que sabor é esse que me molha as mãos, me treme as pernas e faz meu coração acelerar? Tem gosto de mar. Tem fúria de ressaca.
Que saudade é essa que me falta a voz e me deixa bobo?
Que olhar azul é esse que me faz sonhar, me faz pensar, me deixa triste ou simplesmente com vontade de mais você? Que mãos são essas que tocam as minhas costas, que tocam minhas pernas.
Que sabor é esse do seu beijo? Quais substâncias carregam?
Que vai e vem é esse que me deixa suado, cansado, querendo que você não vá, torcendo pelo dia que você vem.
Que feitiço é esse que carrega nos olhos, que embriaga e dopa mais que bebida de pirata e ópio?
Que descuido é esse que me faz te querer pra mim? Que desejo estranho é esse de querer o sim?
Que frio na barriga é esse, és como um borboletário. Por quê?
Vem às seis, vem às sete, vem de pijama e pantufa, me convida pra dormir.
Que sincronia matutina, vespertina e noturna é essa? Nosso embalo não é só de sábado a noite.
Me fala que gosta de dormir juntos, porém separados. Me diz que me enamora e me trai com a mão, me abandona com as costas, me oferece pra terceiros.
Então me diz: Que intenção é essa (senão a de me deixar insano e torpe)? 
Me molha com seu desejo e me põe ao sol na manhã seguinte.
E então eu imploro:
-Me sopra não, eu nem sou dente de leão...

sábado, 26 de novembro de 2011

O Astronauta dos corações

"E ele num momento hesitou,
 mas depois não resistiu, 
me contou que mil balões voando foi o que ele viu.
Eu te presto atenção, tento ser sua flor, vem, 
te faço um carinho, eu te toco mansinho,
 te conto um segredo, te encho de beijo." Tiê

Acho que ele chegou até aqui naquela tarde. Na verdade tenho certeza. Veio correndo por entres vales encantados e frutas silvestres. Voou de longe até nós, percorreu galáxias e universos. Apareceu para nós brilhante e denso, aconchegante como chocolate quente no inverno, brilhantes com luzes azuis. Acertou o tom, era a nota cheia de flores e tinha uma melodia que abraçava almas. Era o Astronauta dos corações.
Te peço que fique. Passado o passado voltamos a seguir o Astronauta do coração. A gente segue a direção que o coração mandar... vamos pra lá. Um sonho bom, desses que se acorda sorrindo, desses que transformam o dia. Era azul na seda rara e rosa no algodão, era embriagado na sombra e sóbrio na luz, era lá, sol e dó, je t'aime de manhã até a noitinha ao som de jazz.

-Te vi chegar e meu coração bateu mais forte, minha mão suou.
-Soou.
-É suou!
-Soou o sino da igreja amarela, não escutou? No exato momento que cheguei.
-Suou e soou então.

O banco da praça era impecavelmente branco, com certeza os pintores tinham feito um belo trabalho no dia anterior. Ainda era possível sentir o cheiro e eles se certificaram se a tinta fresca não colaria nos casacos. Colocaram apenas o dedo indicador no banco, apertaram e depois riram. A tinta estava seca.

Duas visitas recentes do Astronauta dos corações:
  1. Ele entrou pela janela do quarto dela pela manhã, atravessou a cortina. Soprou leve pelo ouvido: "oi". Se acomodou na poltrona de balanço e a olhou dormir. Ela esboçou um sorriso e apertou os olhos. Quase acordou. Ele foi na pontinha dos pés até o piano, passeou os dedos pela calda até chegar ao teclado. O Astronauta dos corações tinha bom gosto e adorava conhecer novos casais. 
  2. Enquanto ele se cobria com o cobertor xadrez vermelho, quase o ouviu. Se mexia muito durante a noite e sempre estava descoberto e tremendo de frio pela manhã. O Astronauta verificou se ele estava dormindo e sorriu no canto do quarto. Deixou um punhado de alegria perto do abajur, cor sorvete de creme. Olhou todos os carrinhos enfileirados na estante e lembrou-se da sua infância... antes de virar o astronauta dos corações -ou se você preferir: o amor- ele era bem pequenininho apenas um sonho, um carinho. Cabia nas palmas das mãos ou num ninho de andorinha. 
-O que é isso que você trouxe?
-Chocolate quente com marshmallow, para te proteger do inverno.
-Me protege também com um abraço?

Faltaram palavras ao rapaz, ele se viu ao meio de carinhos e beijos, e de todo o seu desejo de apenas ter um grande amor. Ela estava ali, diante dos olhos. Faltou ar. Tinha asas para voar... ganhou um presente do Astronauta.

Preste atenção leitor:
  • Faça um carinho, conte um segredo, valorize uma música, sonhe, aventure-se, sensibilize-se com o mais singelo gesto, beije, entenda, chore lágrimas de amor ou de dor, deseje e aproveite o presente!
  • Enxergue os sinais do Astronauta, não desista, chame-o (a) de amor, segure-o (a) pelas mãos, lhe entregue flores ou livros, lhe entregue o coração.
Me chamam de Astronauta porque sempre estou fora de órbita. Sempre viajando pelos corações, dos mais fáceis aos mais rudes. Não me despeço dessa estória, estarei sempre com eles.
"Eu canto todas as manhãs desde que te conheci."  Inquietos

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O que será que será?

Circundou-se de belas tulipas vermelhas, passou batom nude e rímel preto. Despiu-se de medos e vestiu-se de decisão. Olhou para os ponteiros: marcavam 23:30. Combinou tangerina e jasmim, sândalo e âmbar pelo pescoço, nuca e pulsos.
Sorriu ao espelho, sabia que estava linda e que encantaria (fácil) do mais belo poeta ao mais sacana boêmio. Soltou os cabelos negros, desmanchou a trança detalhada, queria parecer menos metódica. Do quarto olhou pela janela, a lua brilhava, imensa e clara, linda e cheia.
Calçou salto alto preto enquanto sorria ao som de Chico. Acendeu incenso de orquídea pela sala e pelo quarto. Correu de incertezas, deixou trancado medos. Pegou o celular em cima da penteadeira.
Sabia que estava fazendo a coisa certa. Quando nos sentimos bem e felizes, indica que estamos no caminho certo, que estamos ultrapassando paradigmas, desafiando o óbvio, encarando os fatos. Preferiu transcender o seu jeito de sempre fazer, de sempre sentir.

-Alô?
-Olá, moça dos olhos inquietos.
Ela sorriu em silêncio do outro lado da linha.
-Olá, moço das mãos inquietas. Está aonde?
-Saindo da aula.
-Hum... eu passo aí e te pego. Me espera?

...
...
...

-Espero.

Jogou o porta níquel de oncinha dentro da bolsa, desceu as escadas, abriu o portão de madeira e saiu em direção ao carro estacionado. Ao entrar, olhou-se no retrovisor e observou sua expressão de felicidade. Deu partida no carro.
(...)

Antes disso: Trevo de 3 folhas (I)


sábado, 19 de novembro de 2011

Palavras guardadas

"As coisas mais importantes são as mais difíceis de se expressar. São as coisas das quais você se envergonha, pois as palavras as diminuem. As palavras reduzem as coisas que pareciam ilimitáveis quando estavam dentro de você à mera dimensão normal quando são reveladas. Mas é mais que isso, não? As coisas mais importantes estão muito perto de onde seu segredo está enterrado, como pontos de referência para um tesouro que seus inimigos adorariam roubar. E você pode fazer revelações que lhe são muito difíceis e as pessoas te olharão de maneira esquisita, sem entender nada do que você disse, e nem entenderão porque eram tão importantes que você quase chorou enquanto estava falando. Mas na minha opinião, o pior é quando o segredo fica trancado lá dentro, não por falta de um narrador, mas por falta de alguém que o compreenda."  
Stephen King
A primavera foi passando quase sem ser notada, como costumava acontecer com ele e com a pacata cidade. O despertar prematuro continuou e, quando as cores do verão começaram a esbrasear as árvores ao longo da avenida principal, ele estava abrindo os olhos por volta das cinco e trinta da manhã.
Colocava suas calças de moletom branca, por vez ou outra escolhia uma camiseta azul ou verde, mas na maioria das vezes era branca também. O tênis de corrida já ficava separado desde a noite anterior. Asim ele perdia no máximo dez minutos até chegar a cozinha para comer sua maçã e sair para a caminhada. Levava apenas uma ou duas barrinhas de cereais no bolso e um squeeze de alumínio com água.

Naquele dia, caminhou mais longe pela avenida principal do que de costume, possivelmente porque as nuvens de tempestade tinham escondido o sol e começara a soprar uma brisa fresca, ainda que inconstante. Ele mergulhava em uma espécie de transe, sem pensar em nada, sem olhar para nada exceto as pontas empoeiradas dos seus tênis. Talvez fosse o som alto, sempre que corria ouvia algum rock and roll (a banda escolhida para aquela semana foi a Interpol) e era quase teletransportado. Foi só com o avião em direção ao aeroporto que ele retornou ao presente, o silvo aterrador de suas turbinas foi mais alto que o rock e o trouxe para o mundo. Observou o avião, ainda alto, cruzar a praça inteira em uma curva de 90°, observou-o baixar em direção a pista do aeroporto.
Sempre descansava naquela praça. O local era mais alto do que toda a cidade, era rota do aeroporto e os aviões passavam baixos por lá. Havia uma energia incrível ali: centenas de arranhas céus pequenininhos ao horizonte, o pôr do sol incomparável, os casais que por ali passarinhavam, os adolescentes com seus skates, madames com seus poodles brancos recém saídos do Pet Shop e casais fotografando a vida. Tudo isso o transportava do mundo agitado e cheio de cobranças, tudo isso lhe trazia uma tranquilidade indescritível. 

Por vezes, ela estava  lá também, lendo seus livros. Ele se esforçara para ver o título, tinha curiosidade sobre seu gosto literário, passava algumas vezes por ela na esperança de ouvi-la (nunca aconteceu e ele só entendeu meses depois). Lembrou-se de uma vez vê-la ler Stephen King. Foi a primeira afinidade.
A noite, ficava uma, às vezes duas horas pensando nela, deitado na cama, enquanto o sono teimava em não vir. Imaginava diálogos e sorrisos envoltos a livros e lençóis. 
(...)

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Trevo de 3 folhas

Clique e misture-se a banda mais bonita da cidade.

Ao fechar a porta, não fez cerimônias e nem se importou com boas condutas, tudo isso ficou lá fora. Sentou na cama e soltou os cabelos, desprendeu os cachos em um ritmo que o deixou entorpecido e visivelmente excitado (ela percebeu pelo volume na calça -o botão da calça parecia querer explodir- algo ali de dentro estava preste a entrar em erupção).
Ele se aproximou, com cara de safado e desejo, branco e com os cabelos bagunçados. Segurou-a pela nuca e beijou-lhe a boca de uma maneira que ela não havia experimentado ainda.
Se certificou das janelas estarem devidamente fechadas e com as persianas ocultando os enlaces. 
Desabotoou os botões da camisa dele, um por um, e adorou o que viu. O abdômem era duro como uma pedra, ela conferiu com as mãos e depois subiu até o tórax. Lambeu para provar. Enfiou, sem pudor, as mãos por dentro da cueca listrada e não se poupou de fantasiar, não se poupou de praticar seus desejos mais ardentes guardados a 7 chaves.
Ele olhava o que a moça fazia, era notório o seu prazer. Sorria com cara de sacana, quase implorando para ela não tirar nenhum milímetro da boca.
Tirou a roupa e o esperou na cama com as pernas cruzadas.
Ele não poupou esforços, se portou como ela esperava. Um verdadeiro gentleman, com oscilações em canalhices e performances de astro pornô. Houve pornografias sussurradas e mordidas ao pé do ouvido.
Doces deletérios escorreram por seios e boca, aos corpos quentes, suados e em delírios.
A bailarina cansou de dançar, estava exausta. As sapatilhas estavam jogadas num canto qualquer do palco. Correu para o banheiro, lavou dentre outras partes o rosto, estava com pressa e satisfeita.
Enquanto se vestia, avulsa, o olhava vestir a cueca (dessa vez uma branca). Antes do próximo gesto, que seria vestir a camiseta e a bermuda,  o puxou para perto de si. Se misturou ao frontal do moço. Pegou-lhe com as unhas pela cueca, apertou-lhe a bunda com as mãos, depois cheirou e beijou seu membro, antes  de misturá-lo a duas notas azuis dobradas,  tiradas do porta níquel de oncinha. Retornou até o espelho, se olhou pela última vez, passou por ele com um salto alto vermelho que a deixava linda, arrumou os cabelos com os dedos e despediu-se.
(...)

Depois disso: O que será que será?! (II)


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Era inverno com cheiro de primavera?

Rodei até um posto de gasolina qualquer. Eu não ia abastecer o carro, precisava abastecer minha cabeça, abastecer minhas idéias. encher todo o meu peito. flex com esperança e motivação à R$2,74 o litro.
Tirei o celular do bolso do jeans e enviei um sms:
-Está aonde?
Recebi o retorno:
-Vou para praia, me liga na quarta.
Eu Queria entender aonde estava errando. Procurei por pistas ou sinais, não encontrei nada além de lembranças;
Sorri (pela metade) para a frentista do posto que puxava assunto. Na verdade ela não entendia que eu queria sossego, queria afogar minhas mágoas em long neck Brahma barata de R$2.80, acender cigarro depois de cigarro e ver se alguma coisa nessa porra de sexta-feira (pré-feriado-prolongado-caótico-e-cheio-de-trânsito, onde todos os pobres das classes C e D de São Paulo resolveram comprar carros em 72 vezes sem juros, até transformarem toda a cidade nesse inferno de luzes intermináveis) fizesse algum sentido.
Não consegui esperar e liguei. aquela voz é tão acolhedora, me faz pensar em tantas coisas boas, me faz sentir vivo, como um adolescente. Eu não tinha certeza se era apenas educação ou tentava realmente me despistar. Me deixou vazios, me deixou o vácuo, deixou a solidão acompanhada de indecisões comigo, ali jogado no banco do carro, bêbado e sonhador, carente e esperançoso ouvindo rock and roll dos anos 80.
-Seu presente ainda está comigo.

*Caro leitor, entenda: eu realmente necessito novamente daquele calor, daquele sorriso, daquela voz. 

Não sabia, que também me acompanhavam, todos os sonhos bons, o recomeço seco pendurado no varal com cheiro de amaciante, o gosto da nova estação e O velho tênis de volta aos pés (cansados), não sabia que para mim, a sua companhia era suficiente para me levar do mundo, me fazer perdido-feliz-sonhador novamente. E se soubesse, desmarcaria todos os compromissos e obrigações para me ter ao lado pela manhã.
-Na quarta feira eu pego. Respondeu feliz, com simpatia e alegria. 
Leu 2 vezes todas as regras de boas condutas, ética e etiqueta. Eu pensava se realmente valia a pena investir, mas como achar que não? Todas as vezes que eu mandava um sms ou ligava, A reciprocidade dava as caras.
Chorei encolhido enquanto olhava as horas intermináveis passearem devagar. Me entorpeci de amor, esperança, gasolina e Brahma.
Quero a todo o momento que me tirem o ar, que me façam sentir vivo, e que me façam perder o controle, embora ainda não saiba como tornar graciosos os momentos em que minhas pernas tremem ou procuram o chão outra vez.  E por favor, não venha tirar o meu riso frouxo com algum conselho.

domingo, 6 de novembro de 2011

Na natureza selvagem


Vou parafrasear Thoreau: "Em vez de amor, dinheiro, fé, fama, equidade, dê-me a verdade."

Aos 16 eu quis ir para a aeronáutica, iria para Barbacena, Minas Gerais somente com sonhos no bolso. Já aos 18 ou 19 o destino era Curitiba; viver a vida livre, em uma cidade bacana e moderna onde eu pudesse recomeçar do zero e talvez me encontrar.

sábado, 5 de novembro de 2011

Amor de aquário

Um coração começando a derreter... ou prestes a congelar?
Tipo nossa relação onde um não pára de sofrer porque o outro se recusa a amar.

Gêmeos
Naquele sábado eu preparei, metodicamente, tudo para ele, lavei o carro, deixei em stand by o CD da Amy com sua música preferida (clique e se misture: Amy Winehouse), assim era só apertar o play quando ele entrasse, a camiseta era nova e bem passada, usei o melhor perfume, comprei chocolates suíços e escrevi um cartão com umas 15 linhas de declaração (onde convulso a idéia dele ser só meu).

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Mais que um amor de giz


Naquela estação sobraram flores, naquele bar houve guardanapos com declarações de amor e Bloody Mary seguido de cigarros.
E não adianta dizer que não... entrou em minha órbita, eu também havia entrado na sua, prendi-me aos seus seios e passeei por seu sorriso largo, calmo e sereno... passeei com lábios, língua, detalhes e instantes. Pesquei seu íntimo.
Soprou o tempo de canto, pra bem longe (como se soprasse dente de leão), tirou das mãos o abandono e a saudade, o vestido, as luzes, a meia calça preta e as dúvidas.
Ardia em verão, veraneio, devaneios... quente como o beijo roubado com gosto de vodka russa, roleta russa de sentimentos... ah e quantos sentimentos. Eram de todas as cores e tinha textura de pêssego.
Havia possibilidade de surpresa boa, e eu estava confiante.
E deu-me mais uma vez a chave de si.
Só avisei:
-Sonhe com o futuro e me inclua, me inclua com cubos de gelo, me inclua com chocolate e nozes, com pinturas de da Vinci e dramas de Almodóvar, pimenta do reino e pimenta rosa ou simplesmente com doses de você, mas quero segurar a tua mão quando acordar pela manhã.

Janta

A primeira vez que ouvi Janta, em 2008, logo fui pesquisar quem era Mallu Magalhães. Eu queria saber de quem era a voz (nada familiar) que acompanhava Marcelo Camelo. Levei um susto quanto descobri que era uma garota, ainda na adolescência a dona da voz rouca que me encantava em dueto com Camelo.
Quando assisti o Camelo pela primeira vez, soprou no meu peito a esperança de vê-la entrando ao palco para acompanha-lo na música Janta. Mas não aconteceu.
É tão gostoso ouvir os dois, e sim, eles formam um belo casal. Alguns fãs do Camelo não aprovavam a união do casal por ela ser menor de idade, outros achavam que seria somente um romance de verão. Não entendo qual o problema de namorar alguém menor de idade? 
Então surgiram rumores de um possível namoro e até saiu uma nota no Fantástico sobre o possível affair. Observe que não foi sobre o trabalho do Camelo, que havia deixado todos os fãs de Los Hermanos órfãos com um hiato que se estende até hoje e tinha acabado de lançar seu disco solo Sou/Nós.
Janta (se observada de perto) diz muito sobre Camelo e Mallu. Ele realmente quis conhecer Mallu, e ao amor dos dois caberia o "eterno" ou o "não dá" (caberá o eterno) e Mallu brincando com clipes e lápis de cor em cima da cama. Poesia e romantismo... "eu vou passear por entre melodias, abelhas e pássaros" é lindo.
Assisti mais um punhado de shows, até que finalmente, na semana lançamento do segundo disco solo (Toque Dela) em São Paulo (no Sesc Pompéia, em Abril de 2011), fui presenteado com a dupla.
Trilha sonora do filme "Qualquer gato vira-lata" e trilha da minha vida... indico!

Os Sonhadores


Passando pelos corredores da locadora, esse filme me chamou atenção, era uma espécie de imã, uma dessas coisas sem explicação. Não tive coragem de alugar da primeira vez que o vi, ele me olhou ali da prateleira ao lado de todos os irmãos. Me olhou como os órfãos olham para os possíveis pais a cada visita ao orfanato.