Meu olhar turvou durante aquela estação.
Nuvem carregada.
Chorei nostalgias embriagadas, chorei tristezas regadas a jazz e vinho tinto barato.
Você carregou minha alegria e isso me custa caro.
Era outono e meus olhos choravam vazios como manhãs frias de inverno. Se pudessem enxergar a minha áurea, a enxergariam negra [...]
Sua auréola despedaçada em alguma esquina, em algum balcão de boteco, sua auréola em algum caderno de anotações escrito com caneta tinteiro verde-olhos-teus.
Cama minha nunca mais. Amor meu, ficastes para trás. Nosso romance agora jaz.
Junho. Noites longas. Dar-te-ei finalmente tuas asas. Liberdade para ti.
Canções aos pássaros, cores às flores.
Clamastes para andares só, sob sóis e luas.
Ver-te-ei livre, ver-te-ei sem par outra vez.
Sua alma perambulando por pubs, dopando-se com ópio e bebida de pirata, sua alma em algum caderno de anotações escrito com caneta tinteiro verde-olhos-teus.