segunda-feira, 18 de junho de 2012

Feito para acabar


Meu olhar turvou durante aquela estação.
Nuvem carregada.
Chorei nostalgias embriagadas, chorei tristezas regadas a jazz e vinho tinto barato.
Você carregou minha alegria e isso me custa caro.
Era outono e meus olhos choravam vazios como manhãs frias de inverno. Se pudessem enxergar a minha áurea, a enxergariam negra [...]

Sua auréola despedaçada em alguma esquina, em algum balcão de boteco, sua auréola em algum caderno de anotações escrito com caneta tinteiro verde-olhos-teus.
Cama minha nunca mais. Amor meu, ficastes para trás. Nosso romance agora jaz.

Junho. Noites longas. Dar-te-ei finalmente tuas asas. Liberdade para ti.
Canções aos pássaros, cores às flores.
Clamastes para andares só, sob sóis e luas.
Ver-te-ei livre, ver-te-ei sem par outra vez.
Sua alma perambulando por pubs, dopando-se com ópio e bebida de pirata, sua alma em algum caderno de anotações escrito com caneta tinteiro verde-olhos-teus.
Cama minha nunca mais. Amor meu, ficastes para trás. Nosso romance agora jaz.

Um comentário:

Unknown disse...

Muito bom,

Gosto de coisas singelas, que me remete aquele amor sincero, aonde se ama somente uma vez. Como antigamente. Aonde poucas palavras expressam tudo, serve tanto para um amor de um mês como para um amor de uma vida toda .