É a sua cabeça sobre meu o peito, é a trança folgada e o jeans claro desfiado, combinando com aquela blusinha cinza do Mickey que você usa de pijama, aquela que adoro, aquela com dois furinhos e muitas histórias para contar. São suas mãos acariciando as minhas e gesticulando timidamente enquanto aponta para a nuvem em forma de coelho. Seu batom vermelho. É o tiquetaquear do relógio da sala [...]
É o convite para a sua cama. O vinil preferido. Dylan. É o seu companheirismo e o seu brigadeiro de panela. Sua ligação de madrugada. Suas broncas. Minhas cuecas com bolinhas que te irritam tanto, eu sei. Comprei meias novas e camisetas brancas.
É o seu jeito de sorrir que me contagia mais que as melodias de Chico ou Camelo. Fico em transe. Gosto que me presenteia com sussurros de sacanagens no café da manhã, misturados com geléia de damasco, melão picado, queijo polenguinho e iogurte. É o seu sorriso de criança que ganhou presente novo, são suas gargalhadas quando faço cócegas, é aquela cerveja meio-quente-meio-gelada-pós-beijo, que morou na porta do carro enquanto eu me perdia em você.
Fico ensolarado com esses presentes. Fico imensamente feliz por suas manias, que entrelaçadas as minhas não me deixam nublar. Me sinto o cara mais feliz e sortudos de todos, aquele que apostou sua última ficha em Vegas e saiu milionário depois de cinco cartas de copas. Royal Flush.
Me rendi aos teus cheiros, me rendi aos teus gostos. Me entreguei pra sua boca buscando a minha, para o seu corpo com gosto de sal, com gosto de mar. Me vi de quatro para os sons da nossa parceria.
Descobri o amar.