segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Cartas, Cinemas e Rock and Roll


Ela teimava em ser inverno, mesmo com a temperatura beirando os quarenta.

Ele, a ausência do coringa. Não conseguiu o sete de copas necessário para cessar a taquicardia. Faltou sorte e açúcar.

Ela remendava aquele domingo de janeiro, de um drama exibido na sessão das vinte e três, com pipoca e mãos na coxa [...]

Ele e todo o seu carinho-de-menino-agridoce, agora em pause. Vez ou outra soprava acompanhado de outros (a)braços em algum estágio -letal- daquele sonho recorrente.

Ela fez cena, foi tema, vazia. Foi assim, de maré, de azar e seda rasgada, de lua. Cheia. De pratos jogados contra a parede para suprir ausências. De vazios bordados no peito.

Pó. O amadeirado do pescoço. O jeans despido. Sua alma cheirando a desejo. O lençol branco manchado de mentiras. Nem Bossa Nova, nem Jazz.
Jaz. Cremado. 

Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro


Ele Prosecco, ela chovia.
Ela saudade, ele sorria.
Ele partiu, ela partida.

Um comentário:

Dani disse...

A dor do desamor, o desamor próprio e o desamor de alguém... Dor que rasga o peito, que quebra em mil pedaços a alma. Dor da qual sentimos que não iremos sobreviver, dor sufocante. Quem sobrevive a ela, sobrevive á tudo!