sexta-feira, 21 de outubro de 2011

...do conteúdo da ausência

Marissa: - Quem é você?
Ryan: - Quem você quer que eu seja?

Aquele verão foi um novo começo, um novo fim. Quando olho para trás, lembro-me das minhas mãos escorregadias de suor e o som dos seus pés no assoalho da sala. Eu sei que um pedacinho daquele verão de 2002 pertenceu a um homem só. Quem mais sorriria pelo preço de meio cigarro? Éramos assim, isso era típico e eu adorava.




22 de Outubro de 2011.


Minha querida,

Hoje o dia está fosco e fiquei melancólico, lembrei do dia em tomamos vinho tinto e assamos batatas na fogueira embrulhadas no papel alumínio,  me arrepiei de saudade. Foi nesse dia que te disse pela primeira vez que sentia vontade de te beijar. 
Os livros hoje em dia tem mais funções do que enfeitar a prateleira e 'caracterizar-me' como nerd, hoje eles suprem vazios.
Faz tempo que não te ouço sorrir, mas tenho dentro de mim o som da sua gargalhada para sempre. O que houve conosco? Tudo abreviado: nossas vertigens, viagens, conversas, risadas, sonetos, rimas e poemas.

Um conteúdo adicional do presente, mas que cabeira no passado:
Aprendi a cozinhar seu prato preferido, agora gosto das cores e combinações
 das suas roupa e quando olho nos teus olhos verdes,
 não tenho medo de dizer a verdade.

Talvez demore um pouco para nos vermos, você se mudou e estou sem tempo. Tenho trabalhado demais e os estudos ocupam minhas noites -até aquelas entediantes de segundas feiras.
Hoje o trânsito estava infernal, parei o carro em uma loja de conveniência, bebi algumas Heineken e conversei com os meus fantasmas no caminho de casa.

Uma verdadezinha:
Ela não respeita cor, credo e  crença. Nem idade ou posição financeira. 
Não carrega gadanha e nem foice. Deve até usar aquele manto preto com capuz, 
mas somente nos dias frios.

A melancolia se deve pela proximidade do seu aniversário. Tenho certeza.



Um beijo,
Briccio

P.S. Algum anjo aí do céu, por favor entregue a ela.


7 comentários:

SilverLux (Éverton) disse...

Moço, se continuar a escrever o que se passa em minh'alma, vou ser obrigado a largar minha terapeuta e me consultar com vc, rsrsrsrs... zoeira! Vlw demais teus posts! Te cuida e continue...

Unknown disse...

Nossa belissimo... E a foto é perfeitaa! Adoro The O.C

Como pode uma pessoa se tornar tão importante a ponto da gente só escrever sobre ela em??


beeijos!

Luna Sanchez disse...

"Existe um único antídoto para a falta de tempo. Um único.
Estar apaixonado."


Que disse isso foi Fabrício Carpinejar e se ele estiver certo, a paixão já deve ter dado lugar a outro sentimento. Carinho, talvez.

Gostei imenso do texto e, por coincidência, o meu aniversário está chegando, então pensei em alguém que, fazendo substituições em certos detalhes da carta, poderia tê-la enviado a mim.

Enfim, me senti tocada.

Um beijo, Eder.

RENATO VIDAL S. disse...

você escreve bonito, me leva em uma viagem com suas linhas, que certamente reflete sua alma, você sabe que eu gosto a sua simplicidade, eu prevocalic nostalgia, coisas que no meu caso eu prefiro não lembrar, um abraço amigo.

Briccio disse...

Éverton eu cobro barato nas consultas heim...rs Abração.

Marcela, só uma observação: No meu caso não escrevo sempre sobre a mesma pessoa. Essa pessoa do texto, assim como Marissa (da foto do The O.C. que você adora) também está distante de mim. =( Um Beijo!

Luna, achei a frase do Carpinejar ótima... Essa carta é para alguém que esteve comigo um determinado período e que se ausentou, digamos assim, por tempo indeterminado. rs
Vou escrever uma carta para você no seu aniversário...rs Um beijo.

Renato meu amigo. Fico sempre muito contente com suas visitas e comentários. Eu tento escrever com simplicidade mesmo, sem muita enrolação, acho que fica mais fácil para o leitor se prender. Você prefere não lembrar de algumas situações? Já eu me livro de algumas situações só quando escrevo. Abração.

Luna Sanchez disse...

Oba, adoro cartas!

Rs

Agora vou ler teu post novo.

Um beijo.

Daisy-se disse...

" Saudade é a vontade de ver de novo." - Nezinho (analfabeto, ganhou um concurso Estadual de poesia, o tema era 'saudade').
E não houver melhor explicação, nem palavras que me coubesse no coração como estas...