sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Porque quando eu te toco, me sinto mais homem


Chorei, me esgotei em nostalgia, tentei (em vão) assimilar o mundo sem você. Senti nós apertados na garganta, senti náuseas, vontade de dormir para me esquecer, esquecer de nós.
A primeira semana sem teus olhos não foi fácil, queimei calorias na academia na intenção de absorver endorfina, aquela que você me liberava com sua voz, sorriso, toques e gestos.
As lembranças rasgavam meu peito, sem dó, não pergunte como sobrevivi na sua ausência, acho que vegetei com sorrisos falsos, com gargalhadas escudas, escondendo toda minha insatisfação.
Depois de duas semanas eu quase nem podia acreditar que você voltaria, que teria novamente seu abraços.
Sai de casa na tarde ensolarada de sexta, abasteci o carro e comprei um isotônico. Pela estrada ouvi Tiê, rodei 100 km até o aeroporto e te esperei como um menino que espera o presente de natal
Cheguei com uma hora de antecedência, para mim a possibilidade de não te ver não existia, então eu fiz tudo como manda o figurino. Quando olhei no painel eletrônico do aeroporto e vi que estava ali, a poucos metros, meu coração apertou. É dessa sensação que sinto falta. Sinto falta de como eu me sinto ao seu lado, sinto falta de como você me faz bem. Será que é amor? Não conheço outro nome, existe mesmo outro?
Eu olhava as pessoas esperando familiares e amigos. Eu também estava ali te esperando, querendo só a sua presença, a sua voz, o seu abraço. Era um misto de alegria e desejo, sensação de alívio, era o fim da tortura, o fim da ausência.
Mandei um torpedo:
-Já te vi.
-Com esse cabelo que estou hoje, não tem como não me ver. Tô esperando a mala.
Contei os minutos que pareceram eternidade. 
Como posso descrever o momento que apareceu.... era meu sonho, meu presente de Nata, Papai do céu me entregava você naquela noite. Nos cumprimentamos com um abraço apertado, meu coração acelerou. Na ausência da coragem de te dizer que o que eu mais desejava era você por perto, sugeri levar sua mala.
Caminhamos até o carro, abri o porta malas e acomodei parte do meu sonho. Estávamos então voltando para São Paulo. Toquei suas coxas, fiz cafuné na nuca. Quando ia me tocar, não sei se por falta de costume, me apertava duas vezes e voltava as mãos para seu colo.
No caminho, perguntei sobre seu gosto musical. Abriu o porta luvas para escolher entre meus CD's aquele que te agradava. Escolheu Pato Fu. Não sabia que eu lhe entregava meu coração, da mesma forma que me entregou as chaves da sua casa enquanto me recebia. Além do coração, eu também lhe entregava as chaves. Entregava as minhas chaves, as chaves do meu cotidiano, as chaves do meu mundo.
Depois de alguns kilometros eu queria te ter pra mim, sem roupas, queria colocar meu corpo sobre o seu, sentir sua temperatura, ouvir sua voz rouca pedindo para eu não parar.
Abri o zíper da calça.
-Guri, não faz assim. Era sim agregado ao não.
Abriu o zíper da minha bermuda e abaixou a minha cueca. Eu dirigindo a 100 km/h olhava os caminhões e carros ao nosso redor, olhava suas mãos me masturbando. Fiz o mesmo. Ensinei como eu gostava e aprendeu rapidinho.
Eu me contorcia de paixão, de tesão e quando estava próximo de explodir em desejo eu pedia para parar.
Parei com o carro na garagem do motel e subimos as escadas.

3 comentários:

SilverLux (Éverton) disse...

A alegria voltou a fazer parte daqui e eu me alegro também!!! :) bom demais ler coisas lindas, emocionantes, alegres e excitantes... obrigado!

Briccio disse...

=D às vezes a felicidade também aparece por aqui Éverton. Espero que ela fique comigo em 2012.

Abraço.

irla disse...

esse texto em especial, me remete a cenas de um momento vivido, que vez ou outra me arranca um sorriso no canto da boca e um leve "frisson" no estômago. Interessante mesmo é que sempre que leio os seus textos, há uma sensação de Dèjà vu. Tenho a impressão que eu e você comungamos do mesmo cheiro da vida. parabéns mais uma vez.